O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tornou-se alvo de críticas após comparar moradores de rua a carros estacionados em locais proibidos, afirmando haver a necessidade de “guinchá-los”. A declaração foi dada durante entrevista à Jovem Pan, na última quinta-feira (5).
— Temos lá (em Belo Horizonte) moradores de rua ainda. Eu falo que no Brasil nós tínhamos que ter uma lei. Quando você para um carro em lugar proibido, ele é removido, guinchado. Agora, fica morador de rua às vezes na porta da casa de uma idosa, atrapalhando ela a entrar em casa, fazendo sujeira, colocando a vida dela de certa maneira em exposição. E não temos hoje nada no Brasil que seja efetivo. É um problema em São Paulo, Belo Horizonte e em outras cidades — afirmou Zema.
A fala gerou forte repercussão negativa na classe política. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, criticou o governador nas redes sociais: “A insensibilidade do governador é revoltante! Zema erra para além da palavra. Alguém tem que ensinar a esse filhinho de papai que o correto, quando se trata de pessoas, é acolher”, disse em publicação.
Essa é a segunda declaração polêmica de Zema nesta semana. Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, publicada na última terça-feira (3), o governador se recusou a classificar o período da Ditadura Militar como um regime autoritário, tratando o tema como “uma questão interpretativa”.
— Eu acho que tudo é questão de interpretação — afirmou, ao ser indagado sobre o regime. — Prefiro não responder, porque acho que há interpretações distintas. E houve terroristas naquela época? Houve também. Então fica aí. Acho que os historiadores é que têm de debater isso. Eu preciso me preocupar, hoje, com Minas Gerais.
A resposta evasiva foi vista por críticos como uma tentativa de minimizar os crimes cometidos durante a ditadura e gerou reações imediatas.
Nos bastidores, até aliados demonstraram desconforto com o comportamento do governador. Governistas ouvidos pelo GLOBO, sob reserva, avaliam que Zema pode acabar prejudicando a imagem do vice-governador Mateus Simões (Novo), considerado seu sucessor natural em Minas. Enquanto Zema busca se projetar como herdeiro político da direita bolsonarista, Simões tenta cultivar uma imagem mais moderada, com diálogo junto ao eleitorado de centro.
Zema tem se posicionado como pré-candidato à Presidência da República em 2026, disputando a liderança do campo conservador após a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. Outros nomes que despontam na direita são Ronaldo Caiado (Goiás), Ratinho Júnior (Paraná), Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul).
Em 2024, o governador intensificou os acenos ao bolsonarismo: apoiou a proposta de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, participou da manifestação convocada por Bolsonaro na Avenida Paulista, em abril, e tem elevado o tom nas críticas ao presidente Lula e ao PT.
Os ventos, de fato, não estão soprando a favor da governadora Raquel Lyra (PSD). Atrasada para o início do Fórum Esfera, onde será ista, no Guarujá, em São Paulo, a gestora pernambucana foi avisada e alertada de que o evento começaria pontualmente no horário marcado. Mesmo assim, ainda esperaram a governadora por 15 minutos. Acabou sendo aberto com a ausência dela.
Quando chegou, ou pelo constrangimento de subir ao palco com o debate já iniciado em torno de 10 minutos. Lembrando que ela já havia se atrasado para o evento da Moura, ontem, em Belo Jardim, com a presença do presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin.
O Fórum Esfera é realizado em dois dias, com debates reunindo autoridades e líderes nacionais tendo como foco o que há de mais urgente para o avanço do Brasil. Bem atrás do prefeito do Recife, João Campos, Raquel parece não ter entendido que precisa partir antes, chegar mais cedo.
Talvez o seu estilo, marcado pelo nariz arrebitado, a impeça de fazer o que é tão óbvio neste momento.
Setor vê ‘ilegalidade’ em possível indicação de aliado de Lula nos portos do Rio 4l6t41
O governo Lula atua para nomear o ex-prefeito de Belford Roxo Wagner Carneiro (Republicanos), conhecido como Waguinho, para o comando da autoridade portuária do Rio. O posto, prometido ao aliado de Lula na Baixada Fluminense, está sob a alçada do Ministério de Portos e Aeroportos, comandando por Silvio Costa Filho, correligionário do ex-prefeito. A intenção gerou críticas em entidade do setor pelo risco de ferir a Lei das Estatais.
A PortosRio, antiga Companhia Docas do Rio de Janeiro, é uma empresa pública federal responsável pela gestão de portos em Itaguaí, Angra dos Reis, Niterói e Cabo Frio. A área é considerada sensível, tanto por envolver arrecadação com tarifas para embarcações, quanto por ser porta de entrada e saída de mercadorias, por vezes ilegais.
A nomeação é vista como um gesto de retribuição a Waguinho por ter sido o único prefeito apoiador de Lula em 2022 na Baixada Fluminense, reduto bolsonarista. No início do governo, Lula nomeou a mulher de Waguinho, a deputada Daniela Carneiro (União-RJ), como ministra do Turismo, mas ela foi demitida após perder o apoio de seu partido.
Waguinho tem dito aliados que falta só “ar no RH”, em alusão ao fato de o convite já ter sido feito, restando apenas cumprir trâmites burocráticos. A nomeação precisa ser formalizada pelo Conselho de istração da PortosRio. A tendência é que o atual presidente da autoridade portuária, Francisco Leite Martins Neto, que foi indicado pelo ministro Silvio Costa Filho, seja realocado em uma diretoria. Em reunião no fim de abril, o conselho destituiu o então diretor de gestão portuária, Marcos Roberto Muffareg, abrindo espaço para a movimentação.
Desconforto
Entidade que representa empresas privadas que atuam no setor portuário, a Associação Brasileira de Usuários de Portos, de Transportes e Logística enviou ofício ao ministro questionando possível “ilegalidade” na nomeação de Waguinho. A associação frisou que a Lei das Estatais exige uma quarentena de 36 meses para que dirigentes partidários possam assumir cargos em empresas públicas. Waguinho, desde 2023, preside o diretório estadual do Republicanos. Em nota, a entidade afirmou não ter “nada contra” Waguinho, mas alegou ver riscos de “questionamentos futuros que possam acontecer com a sua nomeação (…), o que certamente prejudicará” o ministério e a PortosRio.
A indicação de Waguinho tem como pano de fundo justamente a iminência de ser desalojado do comando partidário, após uma pressão da ala do Republicanos mais ligada à Igreja Universal para reassumir o diretório do Rio.
Reservadamente, integrantes do PT também mostraram desconforto com a possível nomeação, devido à proximidade de Waguinho com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, figura central no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Além das tensões políticas, pesam ainda contra Waguinho investigações conduzidas pela Polícia Federal. Em fevereiro deste ano, ele se tornou alvo de um inquérito que apura supostas fraudes na aquisição de livros didáticos durante sua gestão em Belford Roxo. As investigações, que seguem em andamento, apuram possíveis irregularidades na casa de R$ 100 milhões.
Após quatro décadas fazendo política no Rio, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha abriu uma série de frentes de atuação em Minas Gerais, estado em que avalia se candidatar a deputado federal em 2026. Cunha se tornou patrocinador de um clube de futebol em Uberaba, município do Triângulo Mineiro, onde também ou a marcar presença em leilões de gado e em cultos evangélicos neste ano. O ex-deputado ainda vem abrindo estações de rádio no interior de Minas, estratégia que tem semelhança com a origem de sua carreira parlamentar no Rio, quando ganhou notoriedade com participações diárias em uma rádio gospel.
Levantamento do GLOBO identificou a abertura de cinco rádios ligadas a Cunha em Minas desde o ano ado. Em Uberaba, o ex-presidente da Câmara adquiriu a estação Agora FM, que pertencia ao empresário local Hermany Andrade Junior, e a rebatizou em fevereiro como Rádio Maravilha — é o mesmo nome de uma estação, também ligada a Cunha, que foi aberta em 2024 no Rio, voltada à programação gospel.
Quando a aquisição da rádio mineira foi sacramentada, Cunha já havia sido anunciado, em dezembro, como patrocinador do Uberaba Sport Club, time de futebol que disputa a segunda divisão do Campeonato Mineiro. Há um mês, o ex-presidente da Câmara gravou um vídeo para as redes sociais do clube desejando “todo o sucesso na luta pra chegar à primeira divisão”. A Rádio Maravilha transmitirá os jogos do Uberaba.
O atual presidente do clube, Rodrigo Alcino, tornou-se um dos principais aliados de Cunha na cidade e ciceroneou uma visita do ex-deputado às instalações do Uberaba no fim de abril. No mesmo dia, Cunha visitou a abertura da Expozebu, feira de gado que também recebeu o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), e outro ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Além da rádio em Uberaba, Cunha assumiu as estações Juventude FM, em Além Paraíba; Rádio Carangola, na cidade homônima; Rede Gerais AM 1460, em Raul Soares; e Rádio Maravilha, em Guarani. Todos os municípios ficam na Zona da Mata, região próxima à divisa de Minas com o Rio — estado em que Cunha hoje tem participação em outras três rádios, nos municípios de Casimiro de Abreu, Rio Bonito e São Fidélis.
Em Minas, as estações a cargo de Cunha estão em nome de Daniel Cardoso Sá, genro do ex-deputado e casado com a deputada federal Dani Cunha (União-RJ). A interlocutores, o ex-presidente da Câmara afirma que não disputará eleição no Rio para não concorrer contra a filha, mas que ainda não bateu o martelo se lançará candidatura por Minas ou por São Paulo — estado no qual já se candidatou em 2022, mas não foi eleito.
O genro de Cunha também atuou na Sudeste Rádio Atividades de Comunicação, empresa instalada em janeiro deste ano na Savassi, bairro de Belo Horizonte. O objetivo é estruturar uma rádio na capital mineira.
Na peregrinação para criar raízes fora do Rio, Cunha vem se escorando no apóstolo Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus. O ex-presidente da Câmara participou no início de abril de um culto evangélico conduzido por Valdemiro em Araxá (MG), município do Triângulo Mineiro a cerca de 100 quilômetros de Uberaba. No palco, Valdemiro sentou-se ao lado de Cunha e fez alusões a seu período à frente da Câmara, quando conduziu o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
— O deputado Eduardo Cunha, para mim, é eterno deputado, é um dos melhores que já vi até hoje. As decisões que ele tomou no ado, sabendo o que ia sofrer, foram muito importantes, foi pela nação — disse Valdemiro.
Maior discrição
No último fim de semana, Cunha voltou a ser recebido em um culto de Valdemiro, desta vez no Brás, bairro popular de São Paulo. O ex-presidente da Câmara dividiu o altar com o governador Tarcísio de Freitas, seu correligionário no Republicanos, partido que segue sob a alçada de Cunha no Rio — embora o grupo do ex-deputado esteja sob risco de ser desalojado da sigla, devido à pressão da Igreja Universal para retomar o comando partidário.
No início da trajetória como deputado, Cunha se tornou conhecido no meio evangélico através da Rádio Melodia, do ex-deputado Francisco Silva. Na rádio, Cunha fazia comentários sobre questões políticas e religiosas, e criou o bordão “o povo merece respeito”, que depois levou para campanhas eleitorais.
Já o retorno à política vem ocorrendo com movimentos mais discretos. Segundo aliados, Cunha está “observando e testando o terreno” em Minas antes de aumentar sua exposição pública. Alvo da Lava-Jato em 2016, ano em que foi cassado na Câmara, Cunha fez campanha em 2022 sob questionamentos em relação à sua elegibilidade e sobre o andamento de seus processos — o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou sua condenação no ano seguinte. Um possível correligionário de Cunha, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), que é pré-candidato ao governo de Minas, afirmou recentemente que irá “rodar o estado inteiro fazendo campanha contra” o ex-presidente da Câmara caso ele se candidate.
Além da Expozebu, Cunha já compareceu neste ano a outro leilão de gado em Uberaba, em fevereiro, que também contou com Lira, seu antigo aliado na Câmara. O leilão foi organizado por uma empresa do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e pelo Grupo Monte Verde, dirigido por Felipe Picciani — filho do ex-deputado Jorge Picciani, antigo correligionário de Cunha e falecido em 2021. Nessas ocasiões, Cunha não foi anunciado pelos organizadores quando citaram outras autoridades presentes.
Através do futebol, Cunha também mantém interlocução com aliados do ado. Ele auxiliou o Uberaba Sport Club em um pleito para a Federação Mineira de Futebol (FMF) ceder os direitos de imagem de jogos do clube, que serão transmitidos por um canal de TV parceiro da Rádio Maravilha. Segundo o clube, a liberação teve o aval de Daniel Lascasas, chefe de gabinete do presidente da FMF, Adriano Aro. Ele é irmão de Marcelo Aro (PP), atual chefe da Casa Civil no governo de Minas e ex-integrante da “tropa de choque” de Cunha na Câmara.
Procurado pelo GLOBO, Cunha não quis se manifestar.
As frentes de atuação de Cunha
Clube de futebol
O ex-presidente da Câmara virou patrocinador do Uberaba Sport Club através da Rádio Maravilha, recém-instalada na cidade. A rádio transmitirá os jogos do clube na segunda divisão do Campeonato Mineiro. O presidente do Uberaba, Rodrigo Alcino, é hoje um dos principais aliados de Cunha.
Programação gospel
Cunha adquiriu participação em ao menos cinco rádios no interior de Minas, segundo levantamento do GLOBO; parte delas foi rebatizada como “Maravilha FM”, nome da estação gospel que ele abriu no Rio. O ex-deputado também vem marcando presença em cultos evangélicos em Minas e SP.
Feiras do agro
Em Uberaba, Cunha já visitou a Expozebu, em abril, e um leilão de gado organizado por empresas do governador do DF, Ibaneis Rocha, e da família do ex-deputado Jorge Picciani. Os eventos também reuniram o ex-presidente da Câmara Arthur Lira, antigo aliado de Cunha, além de governadores.
Três mulheres da mesma família foram encontradas mortas em um apartamento em Belo Horizonte (MG), ontem. Cristina Antonini, de 66 anos, sua filha Daniela Antonini, de 40 anos, e a neta Giovanna Antonini Vasconcelos, de apenas 1 ano, estavam sobre a cama, segundo a polícia.
Quatro cães também estavam mortos em cômodos do apartamento, onde foram encontradas ainda três bandejas com carvão queimado. As janelas estavam vedadas e não havia marcas de violência nos corpos. A primeira suspeita da polícia é que todos tenham morrido intoxicados, mas a investigação da Polícia Civil está apenas começando.
Daniela era separada e morava com a mãe e a filha. Na quinta-feira (8), a ex-sogra foi até o prédio onde Daniela residia, na rua Mato Grosso, no bairro Barro Preto, e perguntou ao porteiro sobre a família. O porteiro disse que não via nenhuma das mulheres desde domingo (4). A ex-sogra foi embora, mas na manhã de ontem ligou para a síndica do prédio e contou que estava muito preocupada com a falta de notícias da ex-nora.
“Eu disse que estava chegando no prédio e que iria até o andar onde elas moravam”, contou a síndica, Raquel Moreira, em entrevista à TV Globo. Ela foi ao 13º andar. “Logo que cheguei, senti um odor muito forte e chamei a polícia”. Policiais militares arrombaram a porta e entraram no apartamento, onde encontraram o trio morto.
Polícia prende homem após identificar ameaça de ataque a bomba ao show da Lady Gaga 501o2d
Agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do Ministério da Justiça e Segurança Pública identificaram ameaça de ataque a bomba no show da Lady Gaga ontem. Um homem foi preso no Rio Grande do Sul por porte ilegal de arma e um adolescente no Rio por armazenar pornografia infantil.
Ao todo, nove pessoas foram alvo de busca e apreensão em Campo Novo do Parecis (MT); Rio, Niterói e Duque de Caxias (RJ); São Sebastião do Caí (RS); e Cotia, São Vicente e Vargem Grande Paulista (SP), com apoio das polícias desses estados.
Nos endereços dos alvos, foram apreendidos dispositivos eletrônicos e outros materiais. A operação foi batizada de Fake Monster — os fãs de Lady Gaga se identificam como “little monsters” (“monstrinhos”, em tradução livre)
Grupo disseminava discurso de ódio; plano era desafio de rede social
O grupo disseminava discurso de ódio e tinha como alvo preferencial crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+.
Segundo as investigações, o plano era tratado como um desafio de rede social e os envolvidos estavam recrutando participantes, inclusive adolescentes, para promover os ataques. A ideia era usar explosivos improvisados, como coquetéis molotov.
Os alvos da operação, de acordo com a polícia, promovia a radicalização de adolescentes, discursos de ódio, automutilação, pedofilia e a distribuição de conteúdos violentos nas redes.
Participaram da ação Policiais civis da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da 19ª DP (Tijuca), e do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Foram momentos prazerosos que vivi no meu sofá com Lady Gaga e sua música, que trazem consigo a arte e a magia de encantar pessoas, tirando sorrisos ou lágrimas de seus rostos. Quando a música chegava aos meus ouvidos, estava perfeitamente em sintonia e conectada à dança.
Transcendia os limites da emoção com seu olhar enigmático, momentâneo, atento e hipnotizador, combinando com a leveza das imagens que chegavam até à minha íris. Movimentos estes traduzidos pela arte de tocar a alma e o corpo, com um cardápio musical variado — ora de movimentos frenéticos e libidinosos, ora entremeados pela delicadeza e suavidade de sua voz elegante e potente, proporcional ao som que saía dos instrumentos musicais e das coreografias dos bailarinos.
Momentos únicos num sábado à noite, no sofá da sala da minha casa com Lady Gaga. A senhora de 39 anos me transportou aos subterrâneos poéticos e sentimentais da minha alma e corpo. Me deleitei com músicas ancoradas em versos falando de amor, liberdade e emponderamento.
Cenas que chegaram até mim na metade de uma noite tipicamente de um outono carioca, captadas direto das areias de Copacabana — a Princesinha do Mar —, que se curvou como um fiel súdito diante de Sua Majestade, a rainha da música pop desta segunda década do século 21. Foi uma noite épica, histórica e inspiradora.
*Jornalista
CUT convoca militância digital em ato do 1º de Maio marcado por apelos pró-Lula e shows populares 415x6s
O ato de 1º de Maio organizado pela CUT em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, começou com um apelo direto à militância: reforçar a defesa do governo Lula nas redes sociais. A estratégia surge em meio a um cenário de desgaste político impulsionado por denúncias de fraudes em aposentadorias no INSS e pelo aumento no preço dos alimentos. Apesar de indicadores econômicos positivos, como o recuo do desemprego, há insatisfação dentro do próprio PT quanto à capacidade de comunicação do governo. Dois telões ao lado do palco principal incentivavam o público a se cadastrar em uma rede de apoio digital, conectando militantes a grupos de WhatsApp para a divulgação de conteúdo pró-governo.
A programação do evento, que tem expectativa de reunir cerca de 30 mil pessoas, também serviu como plataforma para pautas trabalhistas, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e o fim da escala 6×1 — proposta em análise no Congresso e defendida por Lula em pronunciamento recente. A CUT, no entanto, se manteve distante de ações mais apelativas adotadas por outras centrais, como o sorteio de carros 0 km, apostando em uma abordagem mais política. A entrada foi condicionada à doação de alimentos, e shows de artistas como Belo, Pixote e Fernando & Sorocaba, que compõem a grade de atrações, são entremeadas por falas de sindicalistas. As informações são do jornal O Globo.
Apesar da mobilização, Lula optou por não comparecer ao ato no ABC. A ausência ocorre após críticas internas no ano ado, quando o presidente se irritou com a baixa adesão de público no 1º de Maio em Itaquera. Desta vez, Lula delegou a presença aos ministros Luiz Marinho, Márcio Macêdo e Cida Gonçalves, enquanto outro evento sindical ocorre simultaneamente na Zona Norte da capital, organizado por centrais como Força Sindical e UGT. A CUT participa dessa segunda mobilização apenas como convidada, evidenciando uma divisão no campo sindical.
Enquanto os discursos oficiais estavam previstos para começar no ABC às 18h45, lideranças políticas e sindicais circulavam entre as barracas de comida e banners que destacavam a luta pela redução da taxa de juros e o combate à precarização do trabalho. O mote do “fim da carestia”, presente em notas anteriores das centrais, foi deixado de lado nesta edição. Com o evento se estendendo até as 21h, a CUT tenta reposicionar sua base em um ambiente em que a adesão popular às ruas e à militância digital é colocada à prova.
Eleições 2026: São Paulo, o enigma da oposição 1c4a3c
Todos os analistas concordam. Já virou “truísmo”. A eleição presidencial de 2026 será diferente na hipótese da candidatura do governador de São Paulo. Com os olhares voltados para o maior estado do país, à espera de sinais que confirmem ou não as expectativas, alguns levantamentos nesse mês especularam o peso atual de possíveis nomes que poderiam substituí-lo na corrida ao Palácio dos Bandeirantes.
Dado que a essa altura os institutos trabalham com listas diferentes de eventuais postulantes é impossível elaborarmos médias de desempenho, o que nos levou a optar por apresentar no programa os dados reportados apenas pelo Datafolha.
Caso seja candidato à reeleição, o governador terá um caminho confortável à frente. O percentual de 47% que obtém numa lista longa representaria 56% dos votos válidos, sendo que todos os candidatos de direita marcam no agregado 67% do total, ou 80% dos válidos. A performance de Tarcísio é explicada pelo que sempre lembro: a mais poderosa variável preditora do desempenho dos incumbentes é a aprovação da sua istração. O Datafolha, de parabéns por incorporar agora às suas medições essa medida dicotômica (aprovação x desaprovação), lhe apontou 61% de aprovação, patamar que tornaria imbatível, a preço de hoje, o projeto de reeleição.
Sem Tarcísio na urna, o jogo começará mais embolado, liderado com 29% por Geraldo Alckmin, vice-presidente e ex-governador em quatro ocasiões. Nesse cenário, a distância entre os times da direita e da esquerda (Alckmin reposicionado aqui) se estreita. O primeiro continua ganhando, embora com um patamar menor, 48% do total, mas a esquerda duplica seu desempenho, chegando a 34%.
Quem seria ungido por Tarcísio?
Três nomes aparecem à frente, quando os paulistas são chamados a conjecturar sobre qual deles teria a preferência do governador. Provavelmente por conta da eleição municipal do ano ado. Os dois primeiros, que aparecem com mais destaque, praticamente empatados (Marçal, 23% e Ricardo Nunes, 22%), disputaram voto a voto a vaga da direita ao segundo turno. Isso se reproduz no gráfico acima. O apoio de Tarcísio foi decisivo para a vitória do prefeito, que hoje desfruta de boa aprovação na capital.
Na campanha, estreitaram muito a parceria que mantinham, tornando inverossímil a hipótese do apoio a Marçal. O outro nome que atinge na lista os dois dígitos (10%), que costumam caracterizar candidatos competitivos, também tem a ver com o pleito ado. Não pelo próprio desempenho eleitoral, mas pela força que granjeou com a performance do seu partido. O PSD de Kassab, secretário de Tarcísio, foi o grande vitorioso no conjunto dos municípios paulistas assim como no cômputo do país, e pode cumprir papel importante na equação politica de uma campanha ao Planalto.
Segue o dilema do governador
Tendo optado por uma estratégia diferente dos demais pré-candidatos do seu campo, que percorrem o país sem omitir a pretensão para o ano que vem, Tarcísio depende por completo de Bolsonaro, o qual, embora inelegível, tem se recusado a cogitar sobre um substituto. Porém, o esforço do ex-presidente em manter sob controle absoluto a agem do bastão pode ter sido fragilizado pela nova cirurgia, que talvez o impeça de voltar às ruas e às articulações presenciais por um bom tempo, ambos ingredientes vitais para o comando que exerce, e que não podem ser substituídos nesse caso pelas redes sociais. Isso confirmado, aos poucos se afrouxarão as rédeas com que controla o processo.
Avançam os movimentos do tabuleiro do xadrez do próximo ano, embora sem jogadas decisivas. Ratinho, Caiado e Zema mostram nas pesquisas inequívocos sinais de que seriam competitivos. Tarcísio, presume-se, está atento ainda à sorte de Lula, o que equivale dizer, às suas próprias chances em um voo mais alto. De um lado, a história da Nova República mostra que, em um país continental heterogêneo como o nosso, nunca governadores paulistas tiveram êxito na empreitada nacional. Maluf, Quércia, Alckmin, Serra. Nomes aos quais pode ser acrescido Doria, escolhido em prévias mas impedido de concorrer.
Como lembrou Iuri Pitta na nossa conversa, foi Jânio Quadros, o último paulista a se tornar presidente, 65 anos atrás. Porém, de outro lado não se deve esquecer que Tarcísio se fez governador quebrando paradigmas. Nenhum candidato antes dele ostentava no currículo um vazio no quesito experiência político-eleitoral. Teve sucesso na primeira eleição que disputou.
Lula continuará a recuperação?
Peça central na eleição do ano que vem, a aprovação do presidente oscilou um ponto positivamente no Índice CNN, elaborado pelo IPESPE Analítica, ocorrendo o mesmo com a desaprovação. No artigo do mês anterior, com base na evolução dos saldos, eu usei a expressão “parou de piorar”. À medida que o clima eleitoral tomar conta do país irá ficando mais difícil observarmos mudanças vigorosas nesse quadro. Na perspectiva de uma recuperação, 2025 poderá caminhar na direção do que foi 2024, mas será quase impossível a volta dos melhores percentuais de 2023.
Aliás, naquele ano tivemos, por vários motivos que analisarei oportunamente, a mais duradoura “lua de mel” em tempos recentes de um presidente com a opinião pública, desmentindo cabalmente a ideia de que vivemos uma insuperável “polarização calcificada”. A propósito, as pesquisas sobre o novo mandato de Trump também contradizem a tese da suposta ”calcificação” até no país em que foi originalmente concebida. As mudanças impressionam. Segundo o Pew Research, a aprovação do presidente americano desde fins de janeiro recuou sete pontos, para 40%, e a desaprovação subiu 12 pontos, chegando a 59%. Um saldo negativo de 19 pontos.
Vê-se no gráfico acima que o resultado negativo de abril melhorou dois pontos face ao mês anterior. Tendo contribuído nessa direção o conjunto de notícias positivas que o governo produziu ou capitalizou e também – muito importante – a diminuição do volume de notícias negativas. A inflação parece arrefecer, e a proximidade de Lula com os chefes do Congresso afasta os parlamentares, no momento, da pauta da anistia. Mas há que se prestar atenção no risco de voltar a onda de noticiário predominantemente negativo sobre o governo.
O asilo à ex-primeira dama do Peru levou a mídia e as redes da oposição à retomarem o tema da corrupção, relembrando a Odebrecht. Da mesma forma, na sequência, a citação ao nome do irmão do presidente no bojo das apurações – pela CGU e PF – de esquemas de desvio de dinheiro dos aposentados serve para reforçar as suspeitas de favorecimento e corrupção. E a prisão do ex-presidente Collor, por condenação ligada à Lava Jato, resgata com força no debate público a operação que teve um papel negativo marcante na história do presidente e de seu partido.
Mudanças na batalha das redes: Tarcísio assume a liderança, Ratinho vem em segundo
O Índice Datrix dos Presidenciáveis (IDP) de abril apresenta variações importantes:
Tarcísio de Freitas apresenta forte recuperação no IDP, saltando de 5,61 em março para 15,83 em abril. O crescimento reflete um aumento expressivo de visibilidade e uma redução significativa no volume de conteúdo negativo em mar aberto — as menções de stakeholders, como imprensa, políticos e influenciadores digitais. Apesar das críticas à atuação da PM e à remoção de famílias da Favela do Moinho, esses temas tiveram menor repercussão do que os conteúdos positivos. Em abril, foi o terceiro presidenciável com melhor desempenho em redes próprias, o que reforça sua capacidade de reação frente às críticas.
Ratinho Júnior mantém um patamar semelhante ao de março. O governador do Paraná segue como um dos presidenciáveis mais estáveis no IDP (14,93 em abril, 15,81 em março), embora registre um volume reduzido de menções em mar aberto.
Ciro Gomes sobe no IDP de abril, chegando a 9,59 pontos, impulsionado pela melhora no mar aberto (de -15,04 em março para 0,21 em abril). O número de menções negativas nas redes caiu 35,6%. O principal destaque positivo foi a pesquisa Datafolha, que o aponta como nome competitivo em um cenário presidencial sem Lula e Bolsonaro.
Michelle Bolsonaro ampliou sua presença nas redes em abril, com foco nos temas da anistia e da saúde de Jair Bolsonaro. Suas postagens alcançaram alto engajamento, somando 1,7 milhão de interações. Ela segue como a presidenciável com maior capacidade de engajamento com sua base.
Caiado caiu de 13,47 para 3,64 (-9,83): o baixo apoio de lideranças de seu partido tem limitado o impacto positivo de sua candidatura.
Lula caiu de 9,96 para 5,90 (-4,06). A demissão do Ministro das Comunicações e o asilo concedido à ex-primeira-dama do Peru reacenderam o debate sobre corrupção. As denúncias de fraude no INSS, iniciadas em 23 de abril, ainda têm impacto limitado (queda de 3% em 24h). Em abril, houve interrupção na recuperação de sua imagem em mar aberto (-17,3 em abril), puxada principalmente pela queda de 74% no engajamento de seus perfis em comparação a março.
Romeu Zema reduziu significativamente o volume de menções negativas em mar aberto, ando de -26,45 em março para -8,46 em abril. A melhora foi impulsionada por sua participação nos atos pela anistia e por ser citado como uma alternativa à direita na ausência de Bolsonaro. Apesar da queda de 17,5% nas interações em suas redes próprias, mantém um bom nível de engajamento proporcional à sua base de seguidores.
A Datrix lembra que a performance digital dos potenciais candidatos é medida de forma original nesse Índice com notas que vão de -100 a + 100, combinando três grandes dimensões: engajamento nas redes próprias dos presidenciáveis, comentários em páginas da mídia , de influenciadores e de outros políticos, e a tonalidade das postagens numa escala de muito positiva a muito negativa. Milhões de dados das mais importantes plataformas (X, Facebook, Instagram, Threads, Bluesky, YouTube, entre outras) são extraídos e analisados por Inteligência Artificial.
Falta um ano e cinco meses para a eleição de 2026.
*Cientista político e sociólogo. Presidente do Conselho Científico do IPESPE. Presidente de Honra da ABRAPEL (Associação Brasileira dos Pesquisadores Eleitorais). Professor da UFPE.
No congresso estadual do PSB, realizado hoje na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, foi apontado como a principal aposta do partido para enfrentar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 2026. O evento também contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, do prefeito do Recife, João Campos, e da deputada Tábata Amaral.